PASSO 1


"Admitimos que éramos impotentes perante os relacionamentos e que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas”.

Dar o Primeiro Passo é o início fundamental na recuperação da dependência de relacionamentos. Quando admitimos nossa impotência e inabilidade para dirigir nossas próprias vidas, abrimos a porta da recuperação. Admitir ser impotente pode ter um significado diferente para cada uma de nós, mas o que é importante para a prática do Primeiro Passo é encarar a realidade destrutiva em que nos encontrávamos antes de conhecermos MADA, e que hoje temos o desejo profundo de mudar a nós mesmas, um dia de cada vez.

Impotência significa repetirmos o sofrimento, mesmo contra a nossa vontade. Se não conseguimos parar, como podemos nos iludir, dizendo que controlamos? É no Primeiro Passo que fazemos a admissão do nosso inútil controle e nos rendemos diante das tentativas fracassadas dos relacionamentos.

Muitas de nós passaram pelo processo da negação, não admitindo a dificuldade em se relacionar, culpando e acusando os parceiros e outros, daquilo que não dava certo. Dessa forma, não percebíamos que a opção de estarmos naquele relacionamento era somente nossa e que, na verdade, a “doença” nos impelia a buscar um relacionamento inadequado e auto-destrutivo.

Nossa doença é progressiva e fatal, atingindo a área física, mental e espiritual, afetando vários segmentos de nossas vidas. O aspecto físico é o uso compulsivo do controle: a incapacidade de parar uma vez que tenhamos começado, como, por exemplo, ligar compulsivamente para a outra pessoa. O aspecto mental é a obsessão ou o desejo incontrolável que nos leva a agir, mesmo destruindo nossas vidas. A parte espiritual da nossa doença é o total egocentrismo.

Negação, substituição, racionalização, justificação, desconfiança dos outros, culpa, vergonha, desleixo, degradação, isolamento e perda de controle são alguns resultados da nossa doença. Não chegamos em MADA transbordando amor, honestidade, boa vontade e mente aberta. Chegamos quando atingimos um ponto em que não podíamos mais continuar devido à dor física, mental e espiritual. É incrível, mas ao nos sentirmos derrotadas, ficamos prontas! Não precisamos mais lutar!

A dependência de relacionamentos é algo que age sobre nós de uma forma muito sutil. Um comportamento inadequado adotado em relação ao nosso parceiro, que de início fazemos parecer ser uma opção nossa, torna-se rapidamente uma obsessão, especialmente quando o parceiro não corresponde às nossas necessidades. E assim, ao invés de abandonarmos o relacionamento por ele não corresponder às nossas expectativas, iniciamos uma luta conosco e com o parceiro, na tentativa de fazer com que ele se modifique. Isso faz parte do nosso comportamento obsessivo-compulsivo.
Através de jogos e manipulações tentávamos controlar a situação. Temporariamente nos afastávamos de nossos parceiros, mudando a tática de jogo na relação, ora nos fazendo de vítima, ora sendo perseguidora para tentar reconquistá-lo. Tudo isso porque tínhamos a necessidade de que ele se importasse conosco.

Progressivamente fomos nos afastando de nossas próprias vidas, de nós mesmas. Começamos a perceber que havíamos racionalizado verdadeiros absurdos para justificar a confusão que fizéramos de nossas vidas.

Na realidade, essas escolhas não eram feitas conscientemente, pois não sabíamos realmente o que queríamos de um relacionamento, nem tampouco quais eram nossos verdadeiros valores. Muita de nós vivia como um “camaleão”, adotando valores de outras pessoas como sendo os valores mais importantes, numa tentativa de agradá-las e assim sermos aceitas. Agora precisamos aprender a modificar a nós mesmas, ao invés de modificar os outros, para que possamos assim aceitar a companhia de pessoas que possibilitem uma intimidade verdadeira.

Até abrirmos mão de todas as nossas restrições, sejam elas quais forem, estamos colocando em risco os alicerces de nossa recuperação. Somos mestras em manipular a verdade. As restrições nos privam dos benefícios que este programa tem a nos oferecer. Livrando-nos de todas as restrições, nós nos rendemos e assim podemos ser ajudadas na recuperação de nossa doença.

Em MADA não existe um grau de sofrimento necessário para que você venha a se render e iniciar o processo de recuperação. Cada uma de nós pode investigar sua própria vida, avaliar o sofrimento e a dor sentida no passado. A rendição significa não ter mais que lutar. Hoje, o importante é ter o desejo sincero de romper com os padrões doentios de se relacionar e iniciar o aprendizado de um novo processo de vida, onde possamos viver bem conosco e com os outros.

Somente após admitir que falhamos e fracassamos nos nossos relacionamentos, nessa etapa de nossas vidas, é que estaremos realmente prontas para iniciar a recuperação.

O Primeiro Passo nos prepara para uma nova vida através de uma mudança do nosso próprio pensamento.

A irmandade MADA oferece esse caminho de recuperação, através dos Doze Passos, das Doze Tradições e de nossa Literatura.

“Se quisermos mudar nossa vida, é mais importante mudarmos as atitudes do que as circunstâncias. A menos que mudemos as atitudes, é improvável que as circunstâncias realmente possam mudar um dia”.                   (Robin - Meditações)


PERGUNTAS DO PRIMEIRO PASSO:
  1. Quando você reconheceu pela primeira vez que sua forma de se relacionar era auto-destrutiva?
  2. Quando reconheceu que amar, para você, significava sofrer?
  3. Qual o significado para você de “impotência”?
  4. Qual a diferença de admissão e rendição?
  5. Descreva duas passagens em que você perdeu o controle da sua vida.
  6. De que forma, sua dependência de relacionamentos causa descontrole em sua vida?
  7. Qual é o seu sentimento quando outra pessoa coloca a vida dela em suas mãos?


PARA REFLETIR: “Uma viagem de mil milhas precisa começar com um simples passo.” (Lao-Tzu)

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Bibliografia do Blog


1. Apostila de Mada de Passos e Tradições- Rio de Janeiro

2. Mulheres Que Amam Demais – Robin Norwood

3. Meditações Diárias Pra Mulheres Que Amam Demais-
Robin Norwood

4. Amores que Matam -Patricia Faur